São Nicolau: João Araújo é deficiente visual e dedica-se há mais de sete anos ao ensino do Braille na ilha
Escrito por Redacçao em 5 de Janeiro, 2024
O formador e deficiente visual João Araújo tem dedicado mais de sete anos ao ensino do Braille na ilha de São Nicolau, e apesar dos ganhos conseguidos considera que ainda há muitos desafios que persistem.
Em declarações à Inforpress, João Araújo, que desde 2017 tem se dedicado ao ensino do Braille, disse já ter formado cerca de meia centena de professores, para além de alunos e funcionários de instituições na ilha.
“Apesar do trabalho desenvolvido, que considero muito positivo, acredito que ainda é possível fazer muito mais, sobretudo na capacitação dos professores do pré-escolar e do ensino básico, que considero ser fundamental”, afirmou.
Segundo o mesmo, ao longo dos anos tem trabalhado na sensibilização dos professores, mas também dos pais e encarregados de educação de deficientes visuais, no sentido de aderirem às formações.
“Tenho realizado diversas formações nos dois municípios da ilha em parceria com o Ministério da Educação, mas é preciso uma maior participação dos professores do ensino pré-escolar e básico, para podermos desenvolver um trabalho de base”, realçou.
João Araújo lamenta ainda a “fraca participação” dos funcionários das instituições da ilha nas formações ministradas, apesar da sensibilização, e sublinha que os deficientes visuais ainda enfrentam algumas dificuldades ao acessar algumas instituições, o que poderia “ser facilitado” com a capacitação dos funcionários na escrita e leitura Braille e aquisição de alguns equipamentos.
A mesma fonte disse ainda esperar um maior engajamento da Câmara Municipal da Ribeira Brava e do Ministério da Educação no ensino do Braille na ilha de São Nicolau, para além de afirmar que aguarda “há muito tempo” com muita expectativa a visita do presidente da Adevic à ilha.
O Dia Mundial do Braille assinala o nascimento de Louis Braille, o criador do sistema de leitura e de escrita Braille, que permite, através do toque, facilitar a vida das pessoas invisuais e a sua integração na sociedade.
O sistema consiste em combinações de seis pontos em relevo, que permitem a representação do alfabeto, números e simbologias científicas, fonética, musicográfica e informática, garantindo que pessoas alfabetizadas neste sistema tenham acesso a informações diversas.
Fonte: Inforpress